Se você sente dores difusas envolvendo músculos, tendões e ligamentos. Se você sente múltiplas dores no corpo e se sente constantemente exaurido. Se você sofre de fadigas constantes, sono excessivo, dores de cabeça e distúrbios no humor, depressão e ansiedade, tudo isso ao mesmo tempo. Cuidado, você pode estar sofrendo com uma síndrome chamada fibromialgia.

A fibromialgia é um distúrbio causada por problemas no caminho percorrido pelos sinais dolorosos no organismo. O principal sintoma é a dor difusa e generalizada por todo corpo. O que acontece é que o sistema de comunicação da dor nas pessoas que tem fibromialgia trabalha de forma excessiva ou interpreta erroneamente um estimulo pouco doloroso, como sendo muito doloroso.

A fibromialgia é um distúrbio que ocorre em todas as populações. Afetando até 5% das populações em geral, sendo as mulheres entre 40 e 60 anos as mais afetadas.

O QUE CAUSA A FIBROMIALGIA?

As características fisiopatológicas mais bem estabelecidas da fibromialgia são as da sensibilização central (isto é, dor aumentada e alteração no processo sensorial cerebral), com aumento da conectividade funcional com as regiões cerebrais nociceptivas e diminuição da conectividade com as regiões antinociceptivas e alterações em neurotransmissores no sistema nervoso central, bem como no tamanho e forma das regiões do cérebro.

 A fibromialgia e a herança genética

Os familiares de pessoas com fibromialgia apresentam maior incidência de dor crônica. Comparados com parentes de indivíduos sem fibromialgia, os parentes de primeiro grau de pacientes com fibromialgia são mais propensos a ter fibromialgia e outros estados de dor crônica.

A fibromialgia também pode ocorrer concomitante com outras síndromes de dor crônica, como osteoartrite, artrite reumatoide e lúpus. Aproximadamente 10% dos pacientes com esses distúrbios reumatoides também preenchem os critérios para fibromialgia.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DESSA DOENÇA?

O diagnóstico é baseado principalmente na presença de dor generalizada por período de pelo menos três meses.

Uma descrição que resume bem essa doença é a sensação de estar com uma forte gripe que não passa, causando dor no corpo, mal-estar, dor de cabeça e astenia.

O cansaço é mais forte de manhã, ao acordar, mas pode também incomodar bastante no final da tarde. A fadiga matinal ocorre mesmo que a pessoa tenha dormido 10 horas durante a noite. A sensação é de um sono que não acaba mais.

É comum que as pessoas que tenham essa síndrome demorarem um ano ou mais até serem diagnosticadas. Sendo costumeiro, durante essa jornada de investigação, alguns pacientes serem rejeitados pelos médicos, enquanto que outros temem que seja uma doença oculta e mortal.

Na pratica clinica, deve-se suspeitar de fibromialgia em pacientes com dor multifocal não totalmente explicada por lesão ou inflamação. Na maioria dos casos, a dor musculo-esquelética é a característica mais proeminente. Como as vias da dor em todo o corpo são amplificadas, a dor pode ocorrer em qualquer lugar.

O diagnóstico de fibromialgia requer um histórico de um conjunto de sintomas que definem o distúrbio. O diagnóstico é feito se os sintomas relatados pelo paciente atenderem a critérios predefinidos e se uma doença somática que explique suficientemente os sintomas for excluída.

Não existem exames laboratoriais ou marcadores para diagnosticar essa doença até o momento.

COMO SE DÁ O TRATAMENTO?

Embora não haja consenso para o tratamento, há evidencias de que uma abordagem multidimensional com educação do paciente, terapia comportamental cognitiva, cinesioterapia, fisioterapia e terapia farmacológica pode ser eficaz.

As terapias farmacológicas eficazes geralmente funcionam em parte reduzindo a atividade de neurotransmissores facilitadores (ex:. gabapentinoides reduzem o glutamato) ou aumentando a atividade de neurotransmissores inibitórios, como a noradrenalina e a serotonina (inibidores da receptação da serotonina e noradrenalina) ou acido y-aminobutírico.

Os mecanismos para sua eficiência podem incluir um efeito direto dos medicamentos na recaptação de noradrenalina e serotonina para melhorar o sono, depressão associada, estresse e ansiedade, além de atuar na inibição das vias da dor e reconhecimento da dor.

Outra forma de terapia, não medicamentosa, são: educação, terapia cognitiva comportamental e exercícios. Todas com fortes evidencias de eficácia na fibromialgia. Inclusive, a magnitude da resposta ao tratamento para essas terapias excede a dos medicamentos.

A melhor maneira de abordar a fibromialgia é através da integração de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos, ao mesmo tempo em que envolve pacientes como participantes ativos do processo. Até o momento, não existe cura para essa doença, mas existem alguns tratamentos que ajudam no controle dos sintomas.

Antes de mais nada, é preciso entender um pouco o que é essa doença e aprender a lidar com ela. Educação é parte do tratamento.

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